Turbinado pelo governo Trump e rejeitado por forças políticas tradicionais, partido de extrema direita ganha impulso na Alemanha

  • 23/02/2025
(Foto: Reprodução)
Ainda sem apoio suficiente para liderar futuro governo, o AfD se escora na desilusão de um quinto do eleitorado e empurra o país para uma guinada à direita nas eleições deste domingo Alice Weidel, do partido alemão AfD, em setembro de 2024 REUTERS/Liesa Johannssen Com apenas 12 anos e recém-turbinado pelo atual governo americano, o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) se posiciona em segundo lugar, somando 21% das intenções de votos, na maioria das pesquisas de opinião para as eleições legislativas deste domingo. Isso representa o dobro do desempenho alcançado há quatro anos, mas ainda insuficiente para liderar o futuro governo alemão. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A ascensão populista se escora na desilusão dos alemães com a economia, a migração e os gastos com a guerra na Ucrânia. Inevitavelmente empurrará o país, governado nos últimos quatro anos pelo social-democrata Olaf Scholz, para uma guinada à direita. Trata-se de uma virada no jogo político. Até agora, todos os partidos se comprometeram solenemente a descartar uma coalizão com o AfD, por meio da iniciativa apelidada de firewall, que funciona como um muro de contenção contra a legenda com raízes na ideologia nazista e na retórica do ódio contra imigrantes. Este desprezo da classe política pela AfD ficou evidente no último debate eleitoral: a candidata Alice Wiedel tornou-se o alvo principal do favorito no pleito de hoje, o conservador Friedrich Merz, líder dos democratas-cristãos; do chanceler Scholz, que amarga o terceiro lugar nas pesquisas; e do líder dos Verdes, Robert Habeck. “Temos uma boa tradição na Alemanha, que consiste em aprender lições com as experiências do nacional-socialismo”, atacou Scholz. Wiedel não se deu por vencida e disse que esta comparação era escandalosa. “Olha, você pode me insultar aqui esta noite como quiser. Você está insultando milhões de eleitores”, retrucou. Wiedel se vale do colapso do modelo apresentado pelos partidos tradicionais e da atmosfera de mudança no país, para tentar reformular a imagem de pária do AfD. Ela foi cacifada, na semana anterior ao debate eleitoral, pelo vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, que em visita à Alemanha pediu o fim dos firewalls e esnobou o impopular chanceler federal, para encontrar-se com a candidata da extrema direita. O bilionário Elon Musk também a reverencia como a salvação para o país. Ele abriu a plataforma X para uma entrevista com Wiedel em janeiro, e decretou: “Wiedel é a candidata líder para governar a Alemanha.” Os novos aliados alemães da Casa Branca são investigados pela BfV, a agência interna de Inteligência, por suspeita de extremismo, confirmada por tribunais regionais. Comungam bandeiras como deportação em massa de imigrantes, segurança nas fronteiras, corte de impostos, encolhimento da máquina estatal e o desprezo pela ciência climática. O AfD se alimenta da desinformação e insiste que é libertário e não um expoente radical de direita. Na entrevista online com Musk, Alice Wiedel tentou impor mais um revisionismo histórico, ao afirmar erroneamente que Hitler era comunista e socialista, e não de extrema direita. Embora rejeitadas por boa parte dos historiadores, suas declarações foram amplamente replicadas. Wiesel se apresenta com o frescor da renovação, mas já definiu imigrantes como garotas com burcas e homens portando facas e outros imprestáveis, “todos subsidiados com benefícios do governo”. Seu partido joga com símbolos e declarações ambíguas, que soam como criminosas, mas reverberam com força em um quinto do eleitorado alemão. LEIA TAMBÉM: Protestos, avanço da extrema direita e influência dos EUA geram clima de tensão no último dia de campanha na Alemanha O que você precisa saber sobre as eleições na Alemanha Como cidade mais pobre da Alemanha tenta conter avanço da extrema direita Com avanço da extrema direita, brasileiros são alvo de xenofobia na Alemanha Olaf Scholz, chanceler alemão, vai perder cargo com a dissolução do governo Lisi Niesner/Reuters

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/blog/sandra-cohen/post/2025/02/23/turbinado-pelo-governo-trump-e-rejeitado-por-forcas-politicas-tradicionais-partido-de-extrema-direita-ganha-impulso-na-alemanha.ghtml


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