Quadrilha que faturou R$ 5 milhões em 1 ano com tráfico de animais falsificava documentos de autorização para venda

  • 18/09/2025
(Foto: Reprodução)
Quadrilha que faturou R$ 5 milhões em 1 ano com tráfico de animais falsificava documentos de autorização para venda A investigação da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), que durou um ano, indica que a quadrilha que faturou cerca de R$ 5 milhões com o tráfico de animais silvestres falsificava a documentação para vendê-los como se tivesse autorização do Ibama ou do Instituto Meio Ambiente para a prática. A operação São Francisco de Assis, apontada como a maior contra esse crime na história do país, prendeu 47 pessoas na terça-feira (16) e apreendeu cerca de 800 animais. A organização criminosa, com vínculo direto com a facção Comando Vermelho, tirava animais de seus habitats naturais no Nordeste, Norte e Centro Oeste do Brasil, além de Minas Gerais, no Sudeste. Em um vídeo, apreendido no celular de um dos investigados, os bugios aparentam uma tranquilidade incomum para um animal silvestre capturado. As investigações mostram que, para deixá-los mansos, os bandidos dopavam os macacos com calmantes controlados comprados sem receita. Além dos bugios, a quadrilha vendia macacos da espécie mão-de-ouro e macaco prego, que chegavam a custar R$ 50 mil. Eles eram negociados ilegalmente, com documentos falsos. A lei brasileira permite a compra de animais silvestres, mas somente de criadouros autorizados pelo Ibama ou pelo Instituto Estadual do Ambiente- o bicho jamais pode ser capturado da natureza, como no caso da quadrilha. Diversos certificados falsos foram apreendidos. Segundo a investigação, para vender os pássaros eles falsificavam as anilhas, que são colocadas no pé das aves e precisam ser certificados pelo Ibama. Em uma das negociações, Leandro de Jesus, o Sheik, preso ano passado, reclama da qualidade da falsificação. “O bagulho já é falso, ainda vai fazer um bagulho de qualquer jeito?”, questiona ele. Filhotes de papagaio eram vendidos em caixas em esquema de tráfico de animais Reprodução Com alto poder de investimento e proteção armada garantida pelo Comando Vermelho, o grupo faturou R$ 5 milhões em apenas um ano, segundo as investigações. Apenas um vendedor teria vendido 45 mil animais nesse período. O delegado André Prates, titular da DPMA, explicou como eram as funções de cada um desses grupos na organização criminosa, citando o exemplo de como eram capturadas as aves vendidas pelos traficantes de animais: "Tinham mateiros que recolhiam, no extrativismo animal, centenas de ovos de aves que estavam prestes a nascer. Eles forçam o nascimento abrupto dessas aves através de câmaras luminosas em estufas improvisadas, e elas são alimentadas para ter o mínimo de resistência", disse o delegado. "Os animais são colocados em boleias de caminhão por outro grupo e levados para centros urbanos. Quando chegam no Rio de Janeiro, são receptados por essas lideranças que a gente conseguiu prender", acrescentou. "Esses receptadores regionais recebem centenas de animais e distribuem para receptadores locais, até que esses animais chegam nas feiras livres e feiras virtuais por supostos amantes de animais. " Segundo a polícia, primatas, araras e tartarugas eram os principais animais vendidos no esquema. Tartarugas estavam entre animais vendidos no esquema investigado pela Polícia Civil e o Ministério Público Reprodução 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça TH Joias envolvido Um dos alvos de busca foi o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, TH Joias, preso em outra operação há duas semanas. Thiego Raimundo de Oliveira Santos, o TH Joias, no Sistema Penitenciário do RJ Reprodução Segundo a polícia, ele teria comprado 4 macacos, além de se envolver em outros crimes. "Ele estava também envolvido na compra, aquisição e intermediação de primatas", afirmou o Secretário de Polícia Civil, Felipe Curi. Em um dos diálogos entre criminosos, um deles cita o macaco que estaria em posse de TH Joias: "Filhotão bonito. Macaco não é burro não. Macaco aprende tudo. Vê com os amigos como o bicho está espertão. Vê o do TH Joias como que é." MPRJ denunciou 59 pessoas Alguns dos bichos resgatados na Operação São Francisco Reprodução/TV Globo O Ministério Público, através da promotora Elisa Pitarro, da promotoria de investigação penal da Baixada Fluminense, identificou os municípios de Duque de Caxias e Belford Roxo como de alta incidência dos crimes envolvendo o tráfico de animais silvestres. O MP denunciou 59 pessoas em maio deste ano e pediu a prisão de 51 pessoas. As investigações do MPRJ citaram a existência do esquema em diversos municípios da Região Metropolitana e Região dos Lagos do Rio de Janeiro, dezenas de bairros da capital, além de estados como Bahia, Pernambuco, Sergipe, Goiás e Minas Gerais. As investigações apontaram que os animais eram transportados em péssimas condições. Um homem foi preso em flagrante transportando 163 aves silvestres em sacolas fechadas, com pouco ou nenhum acesso a ar. Outros animais eram levados para ser vendidos em caixas apertadas, pequenas gaiolas e carros lotados. O resultado eram altas taxas de mortalidade devido a sufocamento, calor, fome e maus-tratos durante as longas viagens, inclusive entre estados.

FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/09/18/quadrilha-trafico-de-animais-falsificava-documentos-de-autorizacao-para-venda.ghtml


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