Preso por agressão contra namorada, advogado João Neto tem registro da OAB suspenso
14/05/2025
(Foto: Reprodução) Segundo a OAB, apesar de João Neto está preso por agressão, processo ético disciplinar instaurado por causa do comportamento dele nas redes sociais foi o que motivou a suspensão do registro. Preso por agressão contra namorada, advogado João Neto tem registro da OAB suspenso
Redes sociais
A Ordem de Advogados do Brasil (OAB) suspendeu o registro do advogado criminalista João Neto, preso em flagrante por agredir a namorada em Maceió, em abril deste ano. O baiano tem 47 anos, é chegou a ingressar no curso de formação da Polícia Militar da Bahia e tem milhares de seguidores nas redes sociais.
Segundo a OAB, apesar de João Neto estar preso por agressão, o processo ético disciplinar instaurado por causa do comportamento dele nas redes sociais foi o que motivou a suspensão do registro.
A instituição sinaliza ainda que João Neto usava as redes sociais para ensinar as pessoas a se livrarem de crimes. A suspensão do registro tem prazo de 90 dias e não cabe recurso.
João Neto deixou o sistema prisional de Alagoas na noite de terça-feira (13). A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Ressocialização e Inclusão Social (Seris) ao g1. A decisão que revogou a prisão preventiva foi expedida pela Justiça de Alagoas, determinando o cumprimento de medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica. João Neto também deverá cumprir outras restrições. O processo tramita em segredo de justiça.
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Em abril, a Polícia Militar da Bahia informou que João Neto foi desligado do curso de formação de soldados após uma denúncia de agressão e por ter sido flagrado "utilizando meios irregulares para responder a uma avaliação".
Embora se identifique como ex-policial militar nas redes sociais, como ele foi desligado antes da conclusão do curso, nem chegou a trabalhar na rua como agente formado. A PM disse que o afastamento aconteceu há 15 anos.
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Vídeos mostram crime
Advogado é preso em flagrante por agredir companheira em Maceió
João Neto aparece agredindo a companheira em uma série de vídeos de câmeras de segurança do prédio onde os dois viviam juntos.
Um outro vídeo chegou a ser divulgado pela defesa, com o intuito de sustentar a versão de que não houve agressão. No entanto, segundo a delegada Ana Luiza Nogueira, responsável pelo caso, as imagens comprovam o que disse a vítima em depoimento.
"Já tivemos acesso a todos os vídeos e eles só corroboram o que foi dito pela vítima. Na verdade, são vários vídeos e juntando todos mostra que realmente houve violência doméstica", disse.
Nas imagens, a jovem de 25 anos, que não teve o nome divulgado, se agarra nas paredes na tentativa de não ser colocada para fora de casa. Os empurrões continuam e a vítima é jogada no chão. Nesse momento, um funcionário do condomínio passa pelo corredor, mas não interfere.
Em um outro vídeo a cena pode ser vista de um ângulo diferente. Nele, a mulher aparece na porta do apartamento e muito sangue no chão do corredor. Ela foi encaminhada a um hospital particular de Maceió e precisou levar três pontos no queixo.
Em depoimento, a vítima contou que se mudou de Arapiraca, no interior alagoano, para a capital do estado, com a intenção de morar no apartamento do influenciador digital.
A mulher afirmou também que os dois mantinham um relacionamento há cerca de dois anos e já havia sido agredida anteriormente, incluindo um episódio em outubro do ano passado, quando ela sofreu ferimentos na cabeça e foi levada a um hospital.
Agressão advogado criminalista Dr João Neto, Maceió
Reprodução
Quem é João Neto
O suspeito se apresenta nas redes sociais como mestre em ciências criminais e ex-policial militar com atuação, na Bahia. Apesar disso, a PM-BA informou que o advogado foi desligado há 15 anos, enquanto realizava o curso de formação de soldados.
Nas suas publicações, ele usa o bordão "no coco e no relógio" e responde dúvidas de seus seguidores. O advogado também grava vídeos no estilo "memes" referentes ao mundo jurídico e, em um deles, comemora a absolvição de um cliente que havia admitido um crime.
"A cara de felicidade do advogado ao ouvir o cliente dizer: ‘Fui eu, doutor’… e ainda assim conseguir convencer o próprio cliente — e a Justiça — de que não foi ele! Alvará expedido, o cliente será solto, a família fazendo o pix", escreveu.
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